sábado, 24 de novembro de 2012

Mulheres de Ipanema – Déa Coufal

                                                     Déa e Oswaldo Coufal
DÉA COUFAL
            A história de um povo também pode ser contada por meio dos nomes das ruas das suas cidades. Os endereços que escrevemos em documentos, remetentes e destinatários de correspondência, retratam características de um território, sinalizam acontecimentos marcantes e, em muitos casos, são nomes de pessoas, cujas histórias de vida, a grande maioria dos cidadãos desconhece. É, sobretudo, entendida como uma forma de homenagear post mortem, aqueles que se destacaram em vida. Esse é o caso de Déa Coufal, moradora do bairro Ipanema desde a sua criação nos anos de 1930.

Déa Cezar nasceu no dia 20 de maio de 1904. Criada numa família de boa posição social e financeira pode estudar na melhor escola que havia em Porto Alegre na época, o Colégio Sevigné. Dirigida pelas irmãs de São José, vindas da França, a Instituição propiciou à menina Déa, além dos conhecimentos de uma Escola Normal, o desenvolvimento de um grande sentimento de caridade.

Moça bonita, Déa chegou a vencer um concurso de beleza organizado pela Sociedade Jocotó no Bairro Tristeza. Na ocasião, o próprio Dr. Mário Totta colocou a coroa de miss em sua cabeça. Nos anos de 1920, conheceu Oswaldo Coufal, engenheiro, empresário e loteador do bairro Ipanema, e com ele pode concretizar seus ideais de ajuda ao próximo.

Foi por iniciativa de Déa Coufal que teve início, em 1935, a construção da capela de Ipanema, atualmente, Santuário Nossa Senhora Aparecida. Oswaldo Coufal cedeu os lotes para a obra, conforme relata o Padre Antônio Lorenzatto: “Pediu à sociedade loteadora a doação dos terrenos 1 e 58 da quadra 13, com frente para a praça central, Avenida Tramandaí e Rua Leme. Isto lhe foi concedido. Estando assegurado o espaço para a construção do templo, dona Déa viajou para Aparecida em São Paulo. Adquiriu uma estátua de Nossa Senhora Aparecida com as mesmas dimensões da original, pediu para que um sacerdote a benzesse dentro do Santuário Nacional”.

Tempos depois, fundou a Casa da Criança Inválida, atualmente conhecida por Educandário São João Batista. A instituição foi construída com os recursos de famílias ricas do bairro, entre elas, senhoras da sociedade, as quais assumiram o projeto juntamente com ela. A casa era destinada às crianças portadoras de deficiência física devido à paralisia infantil.

De fato, Déa Coufal não se destacou somente nas ações benemerentes pelo bairro, considerada uma mulher à frente de seu tempo, ela foi a segunda gaúcha a receber carta de habilitação. Trocou sua charrete (puxada pelas éguas Rosilha e Boneca) por um automóvel Ford 39 que ela mesma nomeou de “Navalha”. Essa metáfora se deve ao fato de que, naquela época, sempre que um carro ultrapassava outro, chamava-se o condutor de navalha, aquele que tinha passado a faca. E com seu moderno carro, para a época, a jovem senhora se deslocava com maior rapidez, atendendo a todos que tinham necessidades.

Faleceu em 1967, no Rio de Janeiro, onde foi para tratamento de saúde. Um ano  após sua morte, por solicitação do Conselho Comunitário de Ipanema e aprovação na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, foi alterado o nome da Rua Ipanema para Rua Déa Coufal. A lei estabelecia ainda que na placa indicativa da rua constasse a seguinte legenda; “Benfeitora do Bairro Ipanema”. Atualmente, a Rua Déa Coufal, uma avenida extensa, com aproximadamente dois quilômetros, presta homenagem à obra de Déa. O logradouro começa na Avenida Guaíba, cruza a Coronel Marcos e vai terminar na Avenida da Cavalhada.


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O empreendedorismo de Juca Batista


Durante muitos anos, o arroio Capivara, atualmente  situado no bairro Ipanema,  foi a fronteira entre as escassas fazendas e o Guaíba. Entre elas, encontrava-se a gleba de João Batista de Magalhães, mais conhecido por Juca Batista, um próspero comerciante e estancieiro de origem portuguesa que empreendeu nas terras deixadas por seu pai, cerca de 80 hectares, um império fundamentado no trabalho e na ajuda ao próximo. Era a vida organizando-se em torno das estâncias, símbolo do gaúcho e do estado.

Nascido em 29 de setembro de 1870, Juca Batista soube aproveitar a prodigiosa natureza da região, desenvolvendo a plantação de árvores frutíferas e a criação de gado leiteiro. A extensão de suas terras abrangia desde o Belém Velho até o atual Ipanema. Sua residência ficava nas imediações da avenida que hoje leva seu nome, estrada que, no passado, apesar do chão batido, era a única possibilidade de deslocamento entre o centro e a zona sul da cidade. O asfalto só viria bem mais tarde, na década de 1930, uma iniciativa do então vereador Flores da Cunha, na época, padrinho de Juca. Também eram limites de suas terras, a Lomba do Capitão Alexandre, atualmente conhecida por estrada da Cavalhada e as terras de Bernardo Dreher, onde hoje está a Pedra Redonda, o Jardim Isabel  e o Morro do Osso.

Por muitos anos Juca Batista empreendeu ações em prol da comunidade carente, tanto do seu bairro como dos vizinhos. Deslocando-se, de barco, pelo rio, fornecia produtos oriundos de sua fazenda a outras regiões da cidade. Em 1896, forneceu as primeiras mudas de árvores frutíferas e verduras aos pioneiros colonos da Vila Nova. Também mantinha, por meio de um trabalho social, algumas instituições de caridade, entre elas a Santa Casa de Misericórdia, o Pão dos Pobres e o Asilo Padre Cacique, desenvolvendo assim, seu lado filantrópico.

Fundador da primeira casa comercial no bairro, local em que se podia comprar desde o alfinete até alimentos perecíveis como açúcar e café, Batista doou uma parte de suas terras para a construção do cemitério da Vila Nova e para a Escola Estadual Odila Gay da Fonseca em Ipanema. Atualmente, o nome Juca Batista é lembrado em avenida e linha de ônibus que liga Ipanema ao centro de Porto Alegre, uma forma de lembrar pelas realizações e homenagear aquele que foi um dos primeiros empreendedores da região.
                                                              
Juca na Praia de Ipanema/1949
                                                                            

Fonte: http://janeterm.wordpress.com/category/personalidades-de-ipanema/

Formação do Bairro Ipanema

Roberto Pellin na sua barata conversível, acompanhado do amigo Jorge Sarmento em plena avenida Guaíba em IPANEMA/1936.

Sociedade de Terrenos Balneário Ipanema LTDA

Sobre os primeiros tempos do bairro Ipanema e seu processo de loteamento, conta  Roberto Pellin em sua obra “Revelando a Tristeza”, volumes I e II. Segundo este autor, as terras onde hoje está assentada parte do bairro foram compradas pelo seu pai nos anos 1920: “Em 1926, fomos morar na Serraria, de onde foram extraídas as pedras para a construção do Cais do Porto. Meu pai era o capataz, dirigindo mais de cem operários. Nesta época ele comprou uma área onde é hoje Ipanema”. Os limites dessa imensa propriedade eram, de um lado, a grande margem do Guaíba, formando a enseada, desde as terras do seu João Batista Magalhães, o Juca Batista, indo até o outro lado, ou seja, os eucaliptos da Chácara das Flores, de propriedade do seu Otto Niemayer, hoje, Rua Déa Coufal.

Tempos mais tarde, toda a região foi comprada pelo grupo de empreendedores formado por Oswaldo Coufal e os irmãos Agrifoglio. Já prevendo a possibilidade de crescimento do novo bairro que surgia, apresentaram à família Pellin, um projeto de loteamento, objetivando a compra de toda a região. “Lembro-me que eles abriram um mapa sobre a mesa e mostraram o projeto do balneário, dizendo que já estava tudo aprovado pela prefeitura” (Pellin).

Corria o ano de 1930 e após algumas investidas do grupo, pois a família oferecia resistência à venda, as terras onde estava o coração do bairro foram vendidas. Tão logo se fechou o negócio, iniciaram-se as obras na região. “Posteriormente retornei ao local várias vezes, assistindo às obras. Não havia máquinas. Todo o trabalho era braçal, feito com enxadas, pás e carrinhos de mão, rodando sobre filas de tábuas, para remover a terra, no preparo das ruas” (Pellin).

Para facilitar o processo de loteamento e venda dos terrenos foi feita uma “obra faraônica”, como diz Padre Antônio: “desviar o curso do arroio Capivara, abrindo um valão de 460 metros lineares até atingir o Guaíba e aterrar o antigo. Essa façanha marcou o início das obras do Balneário Ipanema” (Padre Antônio). Também foram feitas outras obras de infraestrutura na região, entre elas, a abertura da Avenida Coronel Marcos, via que ligaria o novo bairro ao centro de Porto Alegre.

A Sociedade de Terrenos Balneário Ipanema LTDA, representada por Manlio Prati Agrifoglio, Ariosto Agrifoglio e Oswaldo Coufal, este último, na figura de seu sócio-gerente, comprou também as terras pertencentes a Otto Niemeyer em 1931, o qual, por sua vez, havia comprado de Antônio José Flores e esposa em 1915. Em 1924 Otto Niemeyer, comerciante na Tristeza e sua esposa, dona Amália, compraram de José Abbuzzino e sua esposa , dona Deothilde, uma faixa de terras no Passo da Capivara, Quinto Distrito de Nossa Senhora do Belém Novo. Em seguida, Otto adquire também as terras do seu lindeiro, Antonio José Flores, em outubro de 1925, e fica de posse de tais áreas durante 7 anos, até, em 1931, vendê-las ao Dr. Oswaldo Coufal, engenheiro e empresário de Porto Alegre. Todas as terras adquiridas por Coufal em Ipanema foram loteadas para a formação do bairro e do balneário na década de 1930. Conforme ofício do Registro de Imóveis do Município de Porto Alegre:

“A Sociedade de Terrenos Ipanema LTDA, sociedade civil, registrada no Cartório de Registro Especial desta Capital, em 1º de abril de 1931 (…) vem declarar o seguinte: que é possuidora do imóvel constante de um terreno denominado Balneário Ipanema, sito no 6º districto, 2ª zona desta capital, lugar denominado Ipanema. (…) que o plano de loteamento foi aprovado pela Prefeitura como prova a planta do documento nº 2. Que a planta citada o respectivo loteamento foram executados pelo Engenheiro Oswaldo Coufal, inscrito no Conselho Regional de Engenharia e Architectura, sob nº 717.7”.


                                   Caixa d'água na praça principal de Ipanema
Assim, toda a área foi lentamente urbanizada. A pavimentação das ruas foi feita com pedra irregular extraída da pedreira existente no local e o serviço de captação e distribuição de água para as casas de veraneio era feito, inicialmente, direto do rio, e posteriormente, por meio de poços artesianos e de um grande reservatório construído na praça central. A energia elétrica era distribuída a partir de um gerador próprio e por um tempo limitado de uso diário. Desta forma, os meses de veraneio, férias e calor eram ansiosamente aguardados por todos aqueles que gostavam de Ipanema e que tinham casas na região.

Fonte:http://janeterm.wordpress.com/2012/02/17/formacao-do-bairro-ipanema-parte-i/#more-317


quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Morro do Sabiá: história e requinte

No finalzinho do século 19, primórdios do bairro Ipanema, todo o Morro do Sabiá, vizinho da Pedra Redonda, pertencia ao Barão Von Seidel, um solteirão que construiu uma platibanda sobre a figueira mais alta do morro para ver as caravelas entrarem no Guaíba. Entre as embarcações, estavam aquelas que traziam imigrantes, a maioria alemães, a Porto Alegre. Eram viajantes que, ao visitar a região, então Província de São Pedro, deixaram importantes testemunhos acerca da história da cidade.
Tempos mais tarde, as terras que hoje compreendem o Morro do Sabiá foram adquiridas por Oscar Meyer, um rico comerciante, proprietário de imóveis e lojas no Centro da cidade. Relata a família que, antes das terras serem de Oscar, elas pertenciam a Otto Niemeyer, nome conhecido na Zona Sul.
No final dos anos 1920, durante a administração de Alberto Bins (1928/1937), com as transformações de Porto Alegre, Meyer obrigou-se a vender seus prédios situados no Centro. A abertura de novas ruas, de avenidas e a construção do Viaduto Otávio Rocha exigiu a demolição de suas lojas que ficavam no meio do caminho (atual Avenida Borges de  Medeiros).
Apesar da reação contrária à demolição, liderada por intelectuais da época, os imóveis de Oscar foram demolidos. Com o dinheiro da indenização ele pôde comprar as terras em Ipanema. Nem sonhava ele que, um dia, o local se transformaria na "Vila Clotilde", uma belíssima chácara, às margens do Guaíba, homenagem a três gerações de mulheres da família.
A chácara dos Meyer, antes apenas um extenso matagal, tornou-se modelo em Ipanema. Um lugar refinado e com ares de parque inglês. Foi Oscar Meyer, o primeiro plantador de coníferas da região, arborizando um grande espaço e preservando a magnífica Mata Atlântica. Chamado de louco pelos amigos por ter se enfiado naquele fim de mundo que era Ipanema, ele plantou, juntamente com um grupo de jardineiros, toda a grama (relva inglesa) do parque.

          Moradores em foto na Vila Clotilde Colégio Anchieta comprou parte da área

A chácara abrangia toda a montanha, desde a antiga Estrada da Pedra Redonda, hoje Avenida Coronel Marcos, até a beira da praia que, na época, apresentava águas límpidas, perfeitas para o banho. Uma vez que o desejo de Oscar era uma casa de veraneio para a família, o lugar era perfeito. A Vila Clotilde encantou, como ainda encanta, os porto-alegrenses e visitantes de Ipanema.
Tempos mais tarde, porém, diante de dificuldades para administrar tão extensa área, Lya Bastian Meyer, filha de Oscar, vendeu parte da propriedade a terceiros. Entre os compradores estavam a Fundação Ruben Berta _ Associação dos funcionários da VARIG, no início dos anos 1970,a Associação dos Antigos Alunos Maristas de Porto Alegre (AAAMPA), hoje Colégio Marista Ipanema, no final dos anos 1950. O topo do morro passou então a ser de uso exclusivo dos alunos e professores do Colégio Anchieta, aquisição feita em 1949.
O centro da chácara, onde se avista a linda moradia _ uma casa de cinema em estilo alemão, ainda permanece com a família, descendentes de Oscar e Clotilde.

               Jovens da época no Morro do SabiáTerreno escapou de virar cemitério

Maria Helena, uma das descendentes de Oscar e Clotilde, nos conta que: "Um fato curioso envolveu esta venda. Eu frequentava o Instituto Cultural Norte-Americano, cuja bibliotecária D.Haydée Leão Madureira era amiga da D. Lya. Pois bem, em uma tarde, após uma revisão médica, eu passei por lá. D. Haydée, um tanto constrangida, perguntou-me se era verdade que parte da chácara estava sendo vendida. Respondi-lhe que sim, e que o arras seria assinado às 17h. Ela então perguntou se eu sabia quem seria o comprador. Dei o nome de uma instituição conhecida, e acrescentei que eles construiriam ali um local para abrigar pessoas especiais. Só então ela revelou que a dita instituição estava servindo de testa de ferro para um cemitério arborizado, com crematório".
Maria Helena, ao relatar o fato, concluiu aliviada que, felizmente, houve tempo para desfazer o negócio e o encantador e histórico Morro do Sabiá continuou sendo dos vivos, para alegria dos moradores de Ipanema e das redondezas. Permanece um lugar aprazível, onde a natureza ainda cumpre a sua função de encantar.

blogueira: Janete da Rocha Machado nos brinda com mais lembranças do passado na Zona Sul.




Veículo a gasogênio no bairro Ipanema, em Porto Alegre

          Veículo a gasogênio no bairro Ipanema, em Porto Alegre

O combustível gasogênio surgiu no Brasil durante a crise do petróleo, decorrente da II Guerra Mundial (1939 – 1945). O racionamento de gasolina, imposto pelo governo brasileiro, obrigou muitos motoristas a buscar essa alternativa de combustível. O motor específico para gasogênio funcionava com gases obtidos pela queima do carvão ou da lenha. Era preciso adaptar o automóvel para o uso desse combustível, que requeria um equipamento acoplado na traseira dos veículos. 
Acabou se tornando, na época, a única opção de combustível para muitos veículos de passeio particulares, e seu uso era incentivado pelo governo. De 1942 a 1944, apesar da recessão ocasionada pela II Guerra, a Ford Brasil prosseguiu com a montagem de carros em pequena escala, adaptando-se ao sistema de gasogênio.
O racionamento de gasolina não impediu que amantes do automobilismo pudessem seguir participando e vencendo provas. O piloto Norberto Jung, por exemplo, em julho de 1943, classificou-se em quarto lugar na primeira corrida de carros com motores a gasogênio, disputada no Circuito do Cristal, organizado pelo Touring Club e pelo jornal local Folha da Tarde, em Porto Alegre. Na segunda prova com carros a gasogênio, disputada em setembro de 1944, o piloto obteve o segundo lugar.
O gasogênio foi usado até o final da guerra e do racionamento de petróleo. Nos dias atuais, não vem sendo usado, por apresentar inconvenientes como baixo poder calorífico e alta porcentagem de poluição – além do fato de que, para ser produzido, são necessários equipamentos de grande porte, que não seriam bem aceitos nos dias atuais.



terça-feira, 25 de setembro de 2012

Mãe, IPANEMA 1971, propaganda toca-disco MUNDIAL.

                                              Fonte:Ronald Boeira

A primeira novela do Estado em 1965


Pedra Redonda, 39 foi o nome da primeira novela gravada no Rio Grande do Sul, e o cenário foi a Mansão da Vila Clotilde, no Morro do Sabiá, no bairro Ipanema. O ano, 1965 e Tarcisio Meira foi o galã com sua parceira Glória Menezes. A trama contava a história de uma família tradicional e incluía um crime misterioso. Além das gravações de estúdio no canal 12, foram feitas muitas tomadas de cenas na propriedade da bailarina Lya Bastian Meyer. A casa ficava no número 39 da Estrada da Pedra Redonda, hoje a Coronel Marcos, daí o título da novela. Pedra Redonda, 39 estreou no horário nobre das 21h em maio de 1965, na TV Excelsior de São Paulo.

A Pedra Redonda de outrora, tinha fama, eram as mansões com praia particular. E o exemplo desta elite residente era a chácara da Vila Clotilde, que viveu o seu auge nos anos 30 do século passado. A fina moradia pertencia ao senhor Oscar Bastian e à sua esposa, dona Clotilde. O casal teve apenas uma filha, Lya Bastian Meyer. Professora e bailarina, Lia foi a introdutora do balé no Estado e primeira diretora oficial de dança do Theatro São Pedro. A mansão da Senhora Clotilde abrangia todo o Morro do Sabiá, desde a antiga Estrada da Pedra Redonda até a beira da praia. O local ficou muito famoso em 1931, quando alí foi oferecido um chá à primeira dama do país, Dona Darcy Vargas. Os tempos eram mágicos, e o bairro Ipanema despontava no cenário porto-alegrense.

*A Vila Clotilde ainda existe, porém, parte da chácara foi vendida para a Associação dos funcionários da Varig (Fundação Rubem Berta), outra parte foi vendida para a Associação dos alunos Maristas de Porto Alegre e finalmente, o alto do morro foi vendido para o Colégio Anchieta. Fonte: PELLIN, Roberto.

*Por Janete da Rocha Machado, Conselho de Blogueiros
Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/zhzonasul/2009/12/16/a-primeira-novela-do-estado/



domingo, 23 de setembro de 2012

Pedalinhos no verão em Ipanema, da década de 70


Nesse calorão, feliz de quem tem "uma praia pra chamar de sua"! Pode ser de mar, de rio ou até mesmo de lago, desde que esteja ali - bem pertinho - nos esperando para refrescar e descontrair!
Nos verões da década de 70, era assim que eu e minha irmã, Ana Lúcia, iniciávamos nosso passeio em Ipanema, nos domingos pela manhã: vestidos, devidamente calçados e protegidos do sol pelos bonés (à esquerda).



A grande diversão e pretexto para nosso pai, Juarez, nos levar a Ipanema eram os passeios de pedalinho, que ficavam junto ao bar/restaurante/boate Taba. Pela numeração deles, se percebe a quantidade de pedalinhos que havia disponível para aluguel (à direita).                                  

.





Não demorava muito para que o passeio de pedalinho se transformasse numa aventura e, de repente: "Homem ao mar!" Tchibum! Eu pulava na água e logo atrás vinha minha irmã. Objetivo alcançado: andar de pedalinhos, sim, mas tomar banho na praia era tudo de bom! O pai devolvia o pedalinho e nós já ficávamos por ali, brincando nas águas tranquilas de Ipanema..

.
                 
 A folia depois se estendia para a areia com jogo de bola, castelinhos e tudo o que tínhamos direito. Hora de ir para casa, que o almoço da mãe já estava na mesa. Para comemorar aquela manhã de praia, tinha o refrigerante Pepsi tomado no gargalo da garrafa - coisa de adulto - em mesinhas que se estendiam por quase toda praia, sob as arvores (à direita).

.
Às vezes, o Guaíba nos brindava com alguma tartaruga, que era levada pra casa para nos fazer companhia na semana e depois trazida de volta para ser lançada novamente nas águas de Ipanema. Claro, acreditávamos que ela tivesse sido engordada, fora possivelmente "torturada", porém, com certeza, "batizada" com um nome carinhoso e muito amada por nós que voltaríamos, ao longo do verão, procurando pela cabecinha dela ''por fora d'água", nadando por entre os pedalinhos, para nos dar também o seu alô.


Nessa última foto (à esquerda), já aparece minha irmã mais nova - Flávia Letícia, o que comprova que esses passeios se repetiram por alguns verões em nossas vidas.

Durante nossa infância, há quase 40 anos, Ipanema era "a nossa praia". E hoje, quais lembranças estarão sendo guardadas na memória de seus atuais frequentadores?

*Por Luiz Antonio Henriques da Silva, Conselho de Blogueiros

Fonte:http://wp.clicrbs.com.br/zhzonasul/2010/02/22/verao-em-ipanema/                                                                           

A caixa-d`água de Ipanema


Na Praça Senador Alberto Pasqualini, no coração do bairro Ipanema, frente à igreja, havia uma caixa-d`água que muitos lembram. Haviam pessoas que se referiam à área como "a praça da caixa-d`água" para chegar às praias do Ipanema, Espírito Santo ou Guarujá, muito concorridas para banhos e passeios.
Os registros fotográficos são poucos. Então, vale a foto acima, pertencente ao acervo do Automóvel Clube do Estado, em que uma carretera, carro de corridas da época, passa ao lado da caixa-d`água durante a corrida dos 500km de Porto Alegre de 1958 - disputa anual e tradicional realizada na Zona Sul até quase o final dos anos 60.
Alguém lembrou?

Postado por Luiz Pedro Borgmann, Conselho de Blogueiros
Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/zhzonasul/2009/05/12/a-caixa-dagua-de-ipanema/

Jardim de Infância, alunos da Prof. Míriam, eu e meu colega de aula, amigo e vizinho de muitos anos.. Marcus Fraga, filho do Zé barbeiro e da Tia Marli..

                                                      Fonte:Day E Cesar Espindola

A TURMA DA ASSOCIAÇÃO DE "WINDSURF" TREINANDO PRO HOLLYWOOD E DEIXANDO NOSSO GUAÍBA COLORIDO COM SUAS VELAS.

                                                 Fonte:Cristina Kruger Oliveira

Direto do tunel do tempo!! O volei no muro...entre Mario de Andrade e Conselheiro Xavier da Costa!!! Com Marcia, Carla Rodrigues, Lucia, Cezar, Marcelo, Zeca e mais e mais.....Lilico ( nosso mascote) !!

                                                      Fonte: Marcia Winter

O famoso trapiche em Ipanema, por volta de 1970 e poucos ...

                                                          Fonte:Ivan Marques

Eu Cristine Haensel e minha irmã, Beatriz, por volta de 1964.

                                                       Fonte:Cristine Haensel